Ensino de física na educação de jovens e adultos

caminhos e reflexões

Autores

DOI:

https://doi.org/10.48017/dj.v8i2.2544

Palavras-chave:

Andragogia, Cidadania, Aprendizado, Escolarização, Profissionalização

Resumo

Historicamente no Brasil, a educação voltada para jovens e adultos caracterizou-se pela formação de sujeitos preparados para o exercício profissional, considerando as diferentes etapas do desenvolvimento industrial brasileiro. Ao longo das décadas, esta necessidade continuou permeando as iniciativas educacionais e políticas públicas, com poucas evoluções de cunho humanístico. No entanto, com as mudanças geradas pelo cenário econômico dos últimos 40 anos, pensar numa Educação de Jovens e Adultos apenas direcionada para o universo do trabalho significa restringir as potencialidades e o protagonismo social destes sujeitos. Diante disso, a partir das modernas concepções acerca da Educação de Jovens e Adultos, buscamos neste artigo refletir acerca do ensino da Física nesta modalidade de ensino, destacando o papel deste campo da ciência na educação científica e emancipatória de cidadãos, escolarizados, aptos para o exercício profissional, e capazes de compreender a natureza ao seu redor. Serão discutidos de forma crítico-reflexiva o papel da Física na formação profissional e escolar destes sujeitos, destacando a atuação pedagógica do professor no ensino dos diferentes conteúdos que caracterizam o currículo desta disciplina diante dos atuais parâmetros formativos que orientam esta modalidade. Este estudo tem caráter bibliográfico qualitativo, apresentando resultados de pesquisas realizadas na última década, reverberando o importante papel do Ensino das Ciências na escolarização para o exercício social e para o mundo do trabalho, contrastando com as velhas concepções baseadas unicamente no preenchimento de postos de trabalho.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Kleber Saldanha de Siqueira, Universidade Federal de Alagoas

Doutorando em ensino pela Universidade Federal de Alagoas. Mestre em ensino de Física pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Graduado em Física pelo Centro de Ciências Exatas e da Natureza (CCEN) da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Possui formação técnica na área de mecânica industrial pelo Instituto Federal da Paraíba (IFPB) com qualificação em manutenção de aeronaves pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SENAT). Tem experiência em ensino de física, matemática e tecnologia mecânica. É especialista em educação pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), especialista em educação pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte (IFRN), especialista em educação pelo Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG), especialista em gestão estratégica da inovação e políticas de ciência e tecnologia pela Universidade Federal do Tocantins (UFT) e especialista em educação pelo Instituto Federal de Alagoas (IFAL). Membro do grupo de estudos e pesquisas em políticas públicas e formação de profissionais da educação GEPPFOR da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Atualmente é professor de Física, mestre classe B, pertencente ao quadro permanente da Secretaria de Estado da Educação de Alagoas (SEE-AL) tendo exercido também a função de Gestor Educacional de Unidade de Ensino.

Referências

Amaral, J. S. M.; Linhares, M. P.; Machado, C. B. H. (2021). A construção de conceitos de eletrostática no ensino médio: uma abordagem histórica e experimental, utilizando blogs como ferramenta pedagógica. Experiências em Ensino de Ciências, 16(1), pp. 457-490. Disponível em: https://fisica.ufmt.br/eenciojs/index.php/eenci/article/download/816/783/. Acesso em: 08 dez. 2022.

Barbosa, L. A.; Martins, A. L. (2021). Proeja: um novo tempo para a educação de jovens e adultos, Revista Recital, 3(2), pp. 190-211. Disponível em: https://recital.almenara.ifnmg.edu.br/index.php/recital/article/view/162. Acesso em: 08 dez. 2022.

Barra, T. R. P. (2016). O ensino de ciências na EJA: reflexões e propostas, Monografia (Licenciatura em pedagogia), Universidade Federal Fluminense, Rio de Janeiro. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/bitstream/1/3994/1/Tainara%20Rodrigues%20TCC%20IV.pdf. Acesso em: 03 dez. 2022.

Barroso, F. F. (2005). Ensinando Dilatação Térmica Linear dos Sólidos no Ensino Médio, Monografia (Licenciatura em Física), Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/2924/4/FFBarroso.pdf. Acesso em: 07 dez. 2022.

Batista, L. S.; Kumada, K. M. O. (2021), Análise Metodológica Sobre as Diferentes Configurações da Pesquisa Bibliográfica, Revista Brasileira de Iniciação Científica, 8(5) pp. 1-17. Disponível em: https://periodicoscientificos.itp.ifsp.edu.br/index.php/rbic/article/view/113. Acesso em: 20 out. 2022.

Bispo, J. M. S. F.; Ferreira, P. M. R.; Alves, S. T. V. (2016). Educação de jovens e adultos: uma realidade para alunos trabalhadores, Artigo (Especialização em Ensino de Ciências da Natureza e Educação Matemática), Instituto Federal de Goiás, Goiás. Disponível em: https://repositorio.ifgoiano.edu.br/handle/prefix/1880. Acesso em: 05 dez. 2022.

Campos, L. S.; Rodrigues, M. M. A. (2011). A educação de jovens e adultos na indústria: mão-de-obra brasileira para o século XXI. Revista Gestão e Políticas Públicas, 1(2), pp. 50-69. Disponível em: https://core.ac.uk/download/pdf/268363533.pdf. Acesso em: 11 dez. 2022.

Casarin, S. T.; Porto A. R.; Gabatz, R. I. B.; Bonow, C. A.; Ribeiro, J. P.; Mota, M. S. (2020) Tipos de revisão de literatura: considerações das editoras do Journal of Nursing and Health. Revista Journal of Nursing and Health, 10(5), pp. 4-7. Disponível em: https://periodicos.ufpel.edu.br/ojs2/index.php/enfermagem/article/view/19924. Acesso em: 03 dez. 2022.

Colombo, I. M. (2020). Escola de Aprendizes Artífices ou Escola de Aprendizes e Artífices? Educar em Revista, 36(4), pp. 1-28. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/zXWJRxQDDnRGSdjhGzGr3FR#:~:text=A%20publica%C3%A7%C3%A3o%20do%20Decreto%20Federal,procurar%C3%A1%20formar%20oper%C3%A1rios%20e%20contra%2D. Acesso em: 08 dez. 2022.

Costa, E. A. P.; Cariri, L. M. (2021). Escolarização e formação profissional na EJA: algumas questões em foco. Revista Educar Mais, 5(5), pp. 1238-1254. Disponível em: https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/educarmais/article/view/2594. Acesso em: 08 dez. 2022.

Damasceno, A. A.; Oliveira, G. S.; Cardoso, M. R. G. (2018). O ensino de matemática na educação de jovens e adultos: a importância da contextualização. Cadernos da Fucamp, 17(29), pp. 112-124. Disponível em: https://revistas.fucamp.edu.br/index.php/cadernos/article/view/1347/937. Acesso em: 05 dez. 2022.

Dutra, A. A. (2019). O ensino de modelos atômicos por meio de metodologias ativas. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Ciências). Universidade de Brasília, Brasília. Disponível em: https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/37345/1/2019_ArleneAlvesDutra.pdf. Acesso em: 08 dez. 2022.

Francelin, M. M. (2004). Ciência, senso comum e revoluções científicas: ressonâncias e paradoxos. Revista Ciência e Informação, 33(3), pp. 26-34. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ci/a/ZmhGpGCb8DnzGYmRBfGWNLy/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 08 dez. 2022.

Franco, C. M.; Andrade, L. O. M. (2021). A aprendizagem na EJA: uma reflexão a partir das metodologias de ensino, (Especialização em Ensino de Ciências da Natureza e Educação Matemática), Instituto Federal de Goiás, Goiás. Disponível em: https://repositorio.ifgoiano.edu.br/handle/prefix/1880. Acesso em: 05 dez. 2022.

Gama, A. C.; Erthal, J. P. C. (2021). Uma proposta para o ensino de física na educação de jovens e adultos: um exemplo pautado nos conteúdos de hidrostática. Revista Eletrônica Sala de Aula em Foco, 10(1), pp. 57-68. Disponível em: https://ojs.ifes.edu.br/index.php/saladeaula/article/download/945/754. Acesso em: 05 dez. 2022.

Godoi, M. S. (2007). Uso de conhecimento de senso comum na educação para a geração de analogias e similaridades, Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. Disponível em: https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/370/1807.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 07 dez. 2022.

Haddad, S.; Pierro, M. C. D. (2000). Escolarização de jovens e adultos, Revista Brasileira de Educação, 8(14), pp. 108-194. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbedu/a/YK8DJk85m4BrKJqzHTGm8zD/. Acesso em: 08 dez. 2022.

Krummenauer, W. L.; Costa, S. S. C.; Silveira, S. L. (2010). Uma experiência de ensino de física contextualizada para a educação de jovens e adultos, Revista Ensaios, 12(2), pp. 69-82. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epec/a/NkLp9W4vCgmR77yMcVM7qFC/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 03 dez. 2022.

Lerias, W. L. (2016). A física da música e a pluralidade didática. Dissertação (Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física). Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão. Disponível em: https://repositorio.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/2686/1/fisicamusicapluralidadedidatica.pdf. Acesso em: 08 dez. 2022.

Lima. F. R.; Gomes, R. (2020). Conceitos e tecnologias da Indústria 4.0: uma análise bibliométrica, Revista Brasileira de Inovação. 19(2), pp. 1-30. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbi/a/x6jdz4t869KnNFWRdgqVyws/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 08 dez. 2022.

Marson, M. D. (2015). A industrialização brasileira antes de 1930: uma contribuição sobre a evolução da indústria de máquinas e equipamentos no estado de São Paulo, 1900-1920, Revista Estudos de Economia, 45(4), pp. 753-785. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ee/a/Pht8npZxzQDvRb48z7FTmDL/?lang=pt. Acesso em: 08 dez. 2022.

Montalvão, S. S. (2021). Gustavo Capanema e o ensino secundário no Brasil: a invenção de um legado, Revista História da Educação, 25(4), pp. 1-31. Disponível em: https://www.scielo.br/j/heduc/a/Y9mMQd66DF8Gdr8NpwRbBhB/?lang=pt&format=pdf. Acesso em: 08 dez. 2022.

Moreira, M. A. (2018). Uma análise crítica do ensino de Física, 32(94), pp. 73-80. Disponível em: https://www.scielo.br/j/ea/a/3JTLwqQNsfWPqr6hjzyLQzs/?lang=pt. Acesso em: 11 dez. 2022.

Oliveira, M. R. (2016). O uso de estudo de caso para aprender física no PROEJA: uma experiência pessoal, teórica e metodológica com base em Paulo Freire e Vigotski. Tese (Pós-graduação em Ciências Naturais), Universidade Estadual do Norte Fluminense, Campos dos Goytacazes. Disponível em: https://ead.uenf.br/moodle/pluginfile.php/27533/mod_resource/content/22/2016-Munich%20Ribeiro%20de%20Oliveira%20-%20doutorado.pdf. Acesso em: 11 dez. 2022.

Ramos, E. T.; Stella, C. (2016). Significados da escolarização para alunos da educação de jovens e adultos, Revista Psicologia: teoria e prática, 8(2), pp. 189-207. Disponível em: http://pepsic.bvsalud.org/pdf/ptp/v18n2/v18n2a14.pdf. Acesso em: 03 dez. 2022.

Reichardt, M.; Silva, C. (2020). A importância da educação de jovens e adultos (EJA). (2020). Caderno Intersaberes, 9(23), pp. 58-70. Disponível em: https://www.cadernosuninter.com/index.php/intersaberes/article/view/1666/1376. Acesso em: 05 dez. 2022.

Reis, O. R.; Ribeiro, R. B.; Souza, W. A. C. (2019). Solicitações Mecânicas e Variações Térmicas provenientes do Processo de Usinagem. Revista Anima Educação, 5(4), pp. 1-23. Disponível em: https://repositorio.animaeducacao.com.br/bitstream/ANIMA/19687/1/Artigo_Solicita%C3%A7%C3%B5es%20Mec%C3%A2nicas%20e%20Varia%C3%A7%C3%B5es%20T%C3%A9rmicas%20provenientes%20do%20Processo%20de%20Usinagem_rev.final%20%281%29.pdf. Acesso em: 11 dez. 2022.

Resolução Nº 050/2017-CEE/AL do Conselho Estadual de Educação. (2017). Diário Oficial do Estado. Disponível em: http://forumeja.org.br/al/node/79. Acesso em: 05 dez. 2022.

Ribeiro, J. B. (2014). As estratégias de aprendizagem na educação de jovens e adultos. Dissertação (Programa de Pós-Graduação em Educação). Universidade do Vale do Sapucaí, Pouso Alegre. Disponível em: http://www.univas.edu.br/me/docs/dissertacoes2/65.pdf. Acesso em: 05 dez. 2022.

Silva, L. E. (2010). Um olhar sobre a escola como espaço de emancipação. Dissertação (Programa de Pós-graduação em Educação nas Ciências). Universidade Regional do Noroeste do estado do Rio Grande do Sul, Ijuí. Disponível em: https://bibliodigital.unijui.edu.br:8443/xmlui/bitstream/handle/123456789/299/Luiz%20Etevaldo%20da%20Silva.pdf?sequence=1&isAllowed=y. Acesso em: 03 dez. 2022.

Silva, S. S.; Moura, F. C. S.; Santos, F. N. S.; Carvalho, F. C. G.; Lacerda, S. M. V. S. (04/06/2019). O ensino de física e o meio ambiente. (Comunicação oral). VI Congresso Nacional de Educação. Disponível em: https://www.editorarealize.com.br/editora/anais/conedu/2019/TRABALHO_EV127_MD1_SA14_ID563_05082019231107.pdf. Acesso em: 07 dez. 2022.

Swarowsky, R. L. (2018). Proposta do uso da música no ensino de física. Monografia (Licenciatura em Física). Universidade Federal do Rio Grande, Rio Grande. Disponível em: https://ciefi.furg.br/images/Producao/TCC-Licenciatura-em-Fsica-Rafael-Swarowsky.pdf. Acesso em: 08 dez. 2022.

Vieira, C. S. (2020). O ensino de tópicos de eletromagnetismo na modalidade EJA a partir do estudo do consumo de energia elétrica. Dissertação (Mestrado Profissional em Ensino de Física), Universidade Federal Fluminense, Volta Redonda. Disponível em: https://app.uff.br/riuff/handle/1/22251. Acesso em: 08 dez. 2022.

Vieira, A. M. D. P.; Souza. A. (2016). A educação profissional no Brasil. Revista Interações, 6(4), pp. 152-169. Disponível em: https://revistas.rcaap.pt/interaccoes/article/view/10691/7655. Acesso em: 08 dez. 2022.

Vieira, W. C. (2020). O ensino da termodinâmica sob a perspectiva ciência, tecnologia e sociedade (CTS) e da interdisciplinaridade dela decorrente. Dissertação (Mestrado Nacional Profissional em Ensino de Física). Universidade Federal de Alagoas, Maceió. Disponível em: http://www.repositorio.ufal.br/jspui/handle/123456789/9398. Acesso em: 07 dez. 2022.

Wainer, E.; Brandi, S. D.; Mello, F. D. H. (2002). Soldagem: processos e metalurgia. Edgard Bluncher.

Downloads

Publicado

2023-04-10

Como Citar

Saldanha de Siqueira, K. (2023). Ensino de física na educação de jovens e adultos: caminhos e reflexões. Diversitas Journal, 8(2), 1106–1124. https://doi.org/10.48017/dj.v8i2.2544